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As Sete Trombetas do Apocalipse

Muitas pessoas acham que o fim de tudo se dá somente pela abertura dos selos do Apocalipse, mas se esquecem das Sete Trombetas e das Taças, onde acontece toda a destruição, as dores e lamentos que João, o profeta, pode ver, pois após ser preso por pregar o cristianismo, Deus o teria mostrado como seria o fim dos tempos.

ATENÇÃO: Essa matéria é de origem cristã, portanto se não acreditas, se for se sentir ofendido(a) de alguma forma ou não tem mente aberta para novos conhecimentos, por favor, não continue lendo.



As trombetas se iniciam com a abertura do Sétimo selo, portanto vamos dar uma relembrada nele.

O Cordeiro abre o sétimo selo (Ap 8:1-6)
“Houve silêncio no céu cerca de meia hora”. Aumentando ainda mais a expectativa dos ouvintes, este selo abre com silêncio. Nenhum ser vivente fala. Não se ouve o clamor das almas dos mártires. Não há nenhum terremoto – por enquanto. Silêncio. Novamente, a apresentação dramática destaca a importância da revelação e da reverência devida a Deus. Moisés, em um de seus discursos finais a Israel, disse: “Guarda silêncio e ouve, ó Israel! Hoje, vieste a ser povo do SENHOR, teu Deus. Portanto, obedecerás à voz do SENHOR, teu Deus, e lhe cumprirás os mandamentos e os estatutos que hoje te ordeno” (Deuteronômio 27:9-10). Quando Habacuque questionou a execução da justiça de Deus e ouviu as advertências dirigidas aos malfeitores, ele ouviu a proclamação que “O SENHOR … está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Habacuque 2:20). O silêncio diante de sofrimento reflete a confiança em Deus: “Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso, em silêncio” (Lamentações 3:26).

“Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas”. De novo, fica claro que Deus manda e que as revelações das trombetas vêm do Senhor. Sete anjos em pé diante do trono do Senhor recebem as trombetas. Trombetas tinham diversas funções no Antigo Testamento (Números 10:1-10). Dois usos têm significado relevante aqui. Serviam para soar o alarme no caso de guerra, e para convocar a multidão ao santuário de Deus. As sete trombetas vão anunciar guerras divinas contra os ímpios.

“Subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos”. Davi falou para o Senhor: “Suba à tua presença a minha oração, como incenso” (Salmo 141:2). As taças de incenso representam as orações dos santos (5:8). O anjo entrega as orações, que sobem à presença de Deus.

“Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar”. O sétimo selo revela as sete trombetas. Este versículo é a transição que introduz a próxima série de sete. Os sete selos foram divididos em quatro (anunciados pelos quatro seres viventes) e três, com um intervalo entre o sexto e o sétimo que mostrou a proteção divina para os fiéis. De modo semelhante, as trombetas podem ser divididas em quatro e três (estas últimas chamadas de ais). Depois do anjo tocar a sexta trombeta, encontramos cenas diferentes que tratam da missão de João, da proteção dos fiéis, e da vitória das testemunhas do Senhor.

A Primeira Trombeta (8:7)

“O primeiro anjo tocou a trombeta”. Cada uma das sete trombetas será tocada por um dos anjos apresentados no versículo 2.

“Houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra”. A primeira trombeta nos lembra das pragas usadas para castigar os egípcios. Na sétima praga, caiu “chuva de pedras e fogo misturado com a chuva de pedras” (Êxodo 9:24). Na primeira, as águas se tornaram em sangue (Êxodo 7:17).

“Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde”. Ainda não chegamos ao castigo total ou final, pois esta trombeta fala da destruição da terça parte da terra, especificamente das plantas. A terça parte é citada em outros castigos desta série (veja 8:8,9,10,11,12; 9:15,18).

A Segunda Trombeta(8:8-9)

“Uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar”. Observamos aqui o poder de Deus. Somente o Senhor tem tal poder sobre montanhas. Deus cria os montes e pode pisar os altos (Amós 4:13). É Deus que pode queimar uma montanha em julgamento (Miquéias 1:3-5), ou até atirá-la no mar para cuidar dos seus servos (Mateus 21:21). Deus deu a Zorobabel a vitória sobre o grande monte (Zacarias 4:7). Quando Deus revelou as suas intenções de castigar a Babilônia, ele usou linguagem semelhante à da segunda trombeta: “Eis que sou contra ti, ó monte que destróis, diz o SENHOR, que destróis toda a terra; estenderei a mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte em chamas. De ti não se tirarão pedras, nem para o ângulo nem para fundamentos, porque te tornarás em desolação perpétua, diz o SENHOR” (Jeremias 51:25-26).

Montanhas freqüentemente representam autoridades ou reinos (Isaías 2:2). O mar servia como um dos principais meios de comércio (Isaías 23:2; Ezequiel 27:3). Neste sentido, a segunda trombeta pode sugerir um castigo que atinge a economia. O mar, também, pode representar os povos do mundo (Salmo 98:7; Isaías 23:11; 41:5; Ezequiel 26:16-18; Daniel 7:2-3). O castigo aqui seria a derrota de uma grande autoridade, atingindo os povos da terra.

“Cuja terça parte se tornou em sangue”. Novamente, ele usa linguagem da primeira praga no Egito (Êxodo 7:17). É um castigo grave, mas não total.

“E morreu a terça parte da criação que tinha vida,…e foi destruída a terça parte das embarcações”. O mar está cheio de vida, mas esta trombeta destrói um terço das criaturas do mar. Também afeta o comércio, destruindo um terço das embarcações. Na época do Novo Testamento, os romanos dominavam um império construído pelo controle do Mar Mediterrâneo. A expansão do poder romano durante quase quatro séculos havia garantido domínio sobre as principais rotas comerciais entre três continentes – a Europa, a Ásia e a África. Uma praga que destrói a terça parte das embarcações deixaria o império aleijado e enfraquecido.

A terceira Trombeta (8:10-11)

“Caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela”. A terceira desta série de castigos usa uma estrela para atingir as águas doces que os homens precisam para beber. As estrelas, como parte da criação de Deus, lhe servem (Salmo 148:3). Ele tem poder para usar as estrelas nas suas batalhas a favor dos fiéis (Juízes 5:20) e como instrumentos de castigo (Mateus 24:29; Apocalipse 6:13). O efeito desta estrela é a poluição da terça parte dos rios e das fontes de água.

“O nome da estrela é Absinto”: A erva absinto representa amargura (Lamentações 3:15,19), especialmente o veneno de castigo divino (Provérbios 5:4; Jeremias 9:15; 23:15). Aqui, Deus ataca as águas potáveis, nos lembrando do efeito da primeira praga no Egito (Êxodo 7:20-21). Quando Deus abençoou o seu povo, ele tornou doces as águas amargas (Êxodo 15:25-26). Aqui, ele faz ao contrário para castigar os ímpios.

A Quarta Trombeta (8:12)

“Foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles … não brilhasse”. A linguagem usada para descrever o efeito da quarta trombeta é típica de profecias de visitações divinas, pois Deus controla os corpos celestes (Isaías 40:26; Jeremias 31:35). Isaías transmitiu a profecia contra a Babilônia: “Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz” (Isaías 13:10). Ezequiel usou a mesma linguagem na profecia contra Faraó, rei do Egito (Ezequiel 32:7). Joel a empregou nas suas descrições de castigos divinos (Joel 2:10; 3:12). Como nos cumprimentos das profecias do Velho Testamento, a profecia da quarta trombeta não é do fim do mundo. Descreve um castigo de pessoas aqui na terra. O fato de envolver a terça parte do sol, da lua e das estrelas confirma a interpretação de um castigo parcial.

O Aviso das Ultimas três Trombetas que ainda 
hão de vir (8:13)


Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu”. Os sete selos foram divididos, com uma série de quatro seguida por outra série de três. As trombetas são divididas da mesma maneira. Já passaram quatro. Agora, uma águia anuncia a vinda das últimas três, evidentemente mais severas do que as primeiras. A águia é conhecida universalmente como um forte predador, aqui voando pronta para descer e tomar a sua presa.






“Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!”. A palavra “ai” demonstra dor ou lamento. Repetida três vezes, sugere dor extrema, um pré-anuncio dos castigos mais severos por vir. Novamente, a mensagem se aplica às pessoas na terra.

A Quinta Trombeta: O primeiro “Ai” (9:1-12)

Vi uma estrela caída do céu na terra: João já viu uma estrela caindo do céu (8:10), mas agora ele vê uma que já caiu. Esta estrela representa uma pessoa, pois recebe a chave do poço do abismo. Estrelas são usadas na Bíblia, às vezes, para representar autoridades (Números 24:17; Daniel 8:10; Mateus 24:29). Uma estrela caída seria uma pessoa de autoridade punida ou derrotada, como aconteceu com o rei da Babilônia (Isaías 14:12). Quando Jesus demonstrou seu poder sobre os demônios, os servos do diabo, ele disse: “Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10:18). Em Apocalipse 12, presenciaremos a derrota de Satanás na batalha no céu, resultando na expulsão do diabo (12:7-9). Tudo sugere que a estrela caída aqui seja o próprio Satanás, anteriormente A Estrela Matinal, que em Latim significa “Lucifer“. Observamos o contraste entre o diabo, a estrela caída que traz trevas, e Jesus, a “brilhante Estrela da manhã” que agora ocupa o lugar do Filho de Deus (22:16). Satanás recebe a chave do poço do abismo, mas Jesus segura a chave da morte e do inferno (1:18). Não há dúvida sobre a superioridade do poder do Cordeiro!

Após aberto o abismo, subiu fumaça do poço como uma grande fornalha, e com essa fumaça escureceu-se o Sol e o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos, e foi lhes dado o poder como os escorpiões da Terra. Essa parte pode passar desentendida aos leigos, porém se analisarmos com calma, podemos pensar que João, estando nos anos antes de Cristo não havia o conhecimento das tecnologias, porém ele descreveu o tal gafanhoto como tendo uma coroa em sua cabeça, seu corpo revestido de material metálico como ferro, sua cauda como de escorpião possuia um aguilhão e seus dentes eram como de leões. Se pararmos pra pensar em destruição, logo nos vem guerras. Essa descrição pode ser um helicóptero, não?

Foi dito aos gafanhotos que não causassem danos às ervas, nem em qualquer coisa verde, nem em árvore alguma, somente aos homens que não teriam o selo de Deus. Foi lhes dito também que não matassem, mas que atormentassem durante cinco meses como o tormento de escorpião quando fere alguém. E assim os homens desejarão buscar a morte e não a acharão, pois a  morte fugirá deles.

Os gafanhotos tinham sobre eles o Anjo do Abismo, cujo nome em hebraico é Abadom e em grego Apoliom.

A Sexta Trombeta: O Segundo “Ai” (9:13-21)

“O sexto anjo tocou a trombeta”. Ele anuncia a mensagem da sexta trombeta.

“Ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro”. É o mesmo altar que encontramos no sétimo selo (8:3-5), o altar do incenso que pertence ao Santo dos Santos (Hebreus 9:3-4). As trombetas são respostas divinas às orações dos santos. A voz procede dos ângulos ou chifres do altar (veja a descrição do altar do incenso, em Êxodo 37:25-28).

“Foram, então, soltos os quatro anjos”. O sexto anjo obedeceu a ordem da voz e soltou os quatro anjos.

“Que se achavam preparados”. Como instrumentos de Deus, os anjos estavam preparados para o momento exato determinado pelo Senhor. Esta trombeta responde às orações dos santos, mas somente quando Deus manda. “Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade” (Atos 1:7). Os anjos são soltos para castigar os perseguidores quando Deus determina.

“Para que matassem a terça parte dos homens”. Pragas que afetam a terça parte são típicas das trombetas. A primeira afetou a terça parte da terra e das plantas (8:7). A segunda atingiu a terça parte do mar, da vida marinha e das embarcações (8:8-9). A terceira prejudicou a terça parte das águas doces (8:10-11). A quarta escureceu a terça parte dos céus (8:12). Agora, a sexta traz a morte da terça parte dos homens. A quinta trombeta causou dor, mas não matou. A sexta traz a morte para alguns, mas não para todos.

O número dos exércitos da Cavalaria eram de vinte mil vezes dez milhares, diz João, ou seja, o exército tinha um número total de 200 milhões! Após esta visão, João viu “cavalos”.

“Os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre”. As cores das couraças são, provavelmente, vermelho (fogo), azul (jacinto) e amarelo (enxofre), e apresentam a imagem aterrorizante do exército usado como instrumento de Deus para castigar os malfeitores. Enxofre, na Bíblia, é sempre ligado ao castigo divino (veja alguns exemplos: Gênesis 19:24; Deuteronômio 29:23; Salmo 11:6; Isaías 30:33; Ezequiel 38:22; Apocalipse 14:10; 19:20; 20:10; 21:8).

“A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre”. A imagem do forte exército vencedor enviado por Deus. Estes cavalos têm cabeças de leões e fogo saindo de suas bocas! Não servem apenas para levar os soldados à batalha. Os próprios cavalos são ferozes com o poder para trazer julgamento divino contra os opressores.

“A força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda”. Já falou sobre as pragas que saem da boca. Agora destaca as caudas bem diferentes destes cavalos. O mais que procuramos visualizar os cavalos desta visão, o mais que percebemos a impossibilidade de serem literalmente cavalos. As imagens fortes comunicam, simbolicamente, uma mensagem do poder do exército enviado por Deus para castigar e matar.

“A sua cauda se parecia com serpentes”. Os cavalos chegaram com suas couraças e suas cabeças de leões, soprando as pragas de fogo, fumaça e enxofre. Deixaram para trás o sofrimento causado pelo veneno de suas caudas, que pareciam serpentes causando dano.

“Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar”.

Incrível! Depois de vários outros castigos, Deus mandou um exército para matar um terço dos homens, e os sobreviventes não se arrependeram dos seus pecados! Mas não é isso a tendência dos homens, até hoje? Mesmo quando a pessoa sofre conseqüências diretamente ligadas ao seu próprio pecado, recusa aprender a lição. Procura qualquer outra explicação, mas não admite a possibilidade de um castigo divino. E quando outros sofrem por seus erros, parece tão fácil virar os olhos e dizer que isso nunca acontecerá conosco. Podemos ver o estrago na vida dos outros, causado por imoralidade, ou abuso de álcool, ou uso de drogas e, ainda assim, conseguimos nos enganar. Podemos fazer as mesmas coisas sem sofrer a mesma conseqüência! Os cemitérios ao nosso redor estão cheios dos corpos de pessoas que pensaram assim, e morreram cedo demais. Certamente, o inferno estará cheio de homens, mulheres e jovens que compartilharam o mesmo pensamento errado.

“Deixando de adorar os demônios e os ídolos”. Tanto no Velho como no Novo Testamento, a idolatria é associada à adoração de demônios (Levítico 17:7; Deuteronômio 32:17; Salmo 106:37; 1 Coríntios 10:20-21). A idolatria era um dos problemas graves na Ásia e no império romano em geral, e aparece aqui como o principal motivo deste castigo. A perseguição dos cristãos pelo governo romano veio principalmente por causa da insistência dos santos em adorarem o único Deus verdadeiro, recusando os falsos deuses dos romanos, sejam os antigos ídolos, sejam os próprios imperadores representados por seus templos e imagens.

“Que nem podem ver, nem ouvir, nem andar”. Os ídolos, feitos por mãos humanas, são totalmente impotentes. Isaías fala da loucura de fabricar e adorar seus próprios deuses. Antes de descrever esse processo ridículo, ele relata o desafio e a afirmação de Deus: “Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça” (Isaías 44:8). Ele termina a sua descrição com estas palavras sobre os homens que adoram ídolos: “Nenhum deles cai em si…. o seu coração enganado o iludiu, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Não é mentira em que eu confio?” (Isaías 44:19-20).

 A Sétima Trombeta (11:14-19)
“Passou o segundo ai”. A águia anunciou os três ais, que correspondem às últimas três trombetas (8:13). Já passaram dois dos ais (a quinta e a sexta trombetas).
“Eis que, sem demora, vem o terceiro ai”. O intervalo acabou. Voltamos às trombetas, prontos para a última das sete trombetas a tocar. Vem sem demora, como prometeu o anjo forte (10:6-7).

“O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes”. O último dos sete anjos (8:2) toca a sua trombeta. João ouve grandes vozes no céu, mas não identifica as pessoas que falam. Pela ligação entre estas vozes e os 24 anciãos no louvor que se segue (11:16), é possível que as vozes sejam dos quatro seres viventes. Em outras ocasiões, eles participaram da adoração junto com os 24 anciãos (4:8-11; 5:8,14; 7:11). Mas, não precisamos saber, pois já sabemos que todas as criaturas no céu adoram a Deus.

“O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo”. Vitória! Os inimigos perseguem, machucam e até matam os servos do Senhor, mas conseguem apenas vitórias transitórias e falsas (veja os comentários sobre as coroas dos gafanhotos em 9:7 e os sobre a vitória aparente sobre as duas testemunhas em 11:7-13). Pelo fato de este texto dizer que o reino “se tornou de nosso Senhor”, algumas pessoas ensinam que o reino estava (ou que ainda está) sob o domínio do diabo, e que Deus não mantinha controle dos reinos do mundo. Para evitar uma conclusão errada que diminua a posição do Todo-Poderoso, devemos observar alguns fatos importantes. O livro de Daniel ajudará, pois fala sobre o domínio de Deus no futuro e no presente. Nos dias de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Deus revelou o futuro, falou de quatro reinos humanos, e disse que, “nos dias destes reis [os do quarto reino], o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel 2:44). Então, do ponto de vista de Daniel e Nabocodonosor, o reino de Deus seria estabelecido no período romano, e seria vitorioso sobre os reinos humanos. Um reino futuro, do ponto de vista deles. Quer dizer que Deus não dominava na época de Nabucodonosor, certo? Errado! Foi durante o reinado do mesmo rei que Deus humilhou o arrogante líder, para que este aprendesse “que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (Daniel 4:17,25,32). Domínio atual, na época de Daniel e Nabucodonosor, mais de 600 anos antes de cumprir a profecia do reino eterno revelada em Daniel 2!

Quando chegamos ao Apocalipse, seria errado deduzir que Deus passou a dominar o reino do mundo somente quando a sétima trombeta tocou. A mensagem consistente do Novo Testamento, revelada já décadas antes do Apocalipse, é da posição atual de Jesus como Soberano Rei (Atos 2:30-36; cf. 1 Timóteo 1:17; 6:15-16; 1 Pedro 4:11). Judas incluiu o passado, o presente e o futuro quando falou da soberania de Deus (Judas 25). Desde a introdução desta profecia de João, Jesus já é “o Soberano dos reis da terra” (1:5). No intervaloantes da sétima trombeta, as duas testemunhas se achavam “em pé diante do Senhor da terra” (11:4). Esta trombeta, como vários outros trechos do Apocalipse, revela para nós de forma seqüencial fatos já estabelecidos. É uma apresentação dramática para o nosso benefício. Jamais devemos aceitar qualquer interpretação que tira o Senhor do seu trono. Deus (Pai e Filho) não precisou da sétima trombeta para se tornar Rei. Ele já é o Senhor de senhores e Rei dos reis, mas achou importante mostrar para nós, depois de todos os desafios à sua autoridade, a sua posição exaltada como Rei vitorioso.

“E ele reinará pelos séculos dos séculos”. Ele é o eterno rei (1:6; 5:13; Salmo 145:13; 1 Pedro 4:11; 5:11; Judas 25). Daniel profetizou que o reino de Deus subsistiria para sempre (Daniel 2:44).

“Na verdade, as nações se enfureceram”. Agora vem a explicação mais ampla do sentido em que Deus assumira o poder e o reino. De fato, as nações se levantaram contra o reino de Deus. Vários textos já profetizaram tais tentativas de vencer o reino de Deus. A linguagem empregada aqui vem de uma profecia feita por Davi 1.000 anos antes do nascimento de Jesus: “Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido…”(Salmo 2:1-2).

“Chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos”. A ira de Deus chegou. Este fato nos ajuda na interpretação do resto do livro. Como o anjo prometeu, a sétima trombeta cumpre o mistério de Deus (10:7). O que vem pela frente é uma explicação mais ampla desta trombeta, incluindo o derramamento das sete taças da ira de Deus (capítulo 16). Mas esta trombeta resume o mistério como já cumprido. A ira já chegou. O resto do livro – o aparecimento dos grandes inimigos, as taças de ira, Armagedom, a queda da Babilônia e dos outros inimigos de Deus, a vitória e a exaltação dos santos – está tudo resumido e comprimido nesta trombeta. A ira já chegou.

“Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu”. Esta parte do livro começou no capítulo 4, quando o céu foi aberto e João subiu para descrever as coisas que ele viu. Termina com uma vista do santuário aberto no céu. Sabemos que o verdadeiro santuário é celestial, e que o tabernáculo e o templo eram meras cópias do real (Hebreus 9:1-2,11-12,23-24). A vitória de Jesus na morte rasgou o véu do templo (Marcos 15:38), mostrando que ele abriu o acesso ao Pai (Hebreus 10:20) e se tornou o único Mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5; Hebreus 10:12). Ele intercede por nós como o nosso “Advogado junto ao Pai” (Romanos 8:34; 1 João 2:1).

Foi vista a arca da Aliança: Melhor, a arca da Aliança dele. Não é a arca da Aliança limitada dada aos judeus no Velho Testamento. Esta arca representa a presença de Deus na Aliança feita em Jesus, a aliança que traz remissão dos pecados pelo sangue dele (Mateus 26:28; veja Apocalipse 5:9; 7:14; 12:11).

“E sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada”. Mesmo neste momento da vista gloriosa do céu, não podemos esquecer da batalha travada contra os inimigos. Como esta trombeta resume tudo que vem pela frente, assim cumprindo o mistério de Deus anunciado aos profetas (10:7), há um elemento forte do poder de Deus para castigar e destruir. Mais uma vez, encontramos estes símbolos deste poder de Deus.